Saturday, October 11, 2014

Portugal e a Europa, mães e pais

Hoje o Expresso noticia que:

O grau de escolaridade da mãe é o que mais determina o desempenho escolar dos alunos em Portugal, ao contrário do que acontece na maioria dos países europeus, onde as habilitações do pai têm mais peso (...)

As conclusões resultam de dois estudos recentes (...) - um do ISCTE (...) e outro do Instituto Nacional de Estatísticas do Reino Unido, que comparou o peso que cada fator tem no sucesso educativo em vários países europeus, a partir de dados do Eurostat. (...)

"Em Portugal, o filho de uma mulher com baixa instrução - que tenha, no máximo, o 9º ano - tem 7,12 vezes mais probabilidades de não prosseguir o estudos do que o filho de uma mãe com o ensino superior", mesmo estando em igualdade de circunstâncias em todos os outros fatores (...) resume ao Expresso Paulo Serafino, investigadora do INE britânico e co-autora do estudo
No Facebook, alguém perguntava que países seriam a maior parte". Indo ao estudo [pdf], à tabela da página 21 (e usando como referência a questão a linha "low ISCED level 0-2"  - que foi a usada pela investigadora, ao referir as "7,12 vezes mais de probabilidade" - comparando pais e mães) podemos verificar: a maior parte dos países europeus, em que a escolaridade do pai é mais influente, são o Reino Unido, a França e a Espanha (p.ex., em Espanha, a probabilidade - mantendo tudo o resto igual - de o filho de um homem com poucas habilitações não prosseguir os estudos é 5,81 vezes maior do que o filho de um homem com formação superior; para o filho de uma mulher com poucas habilitações a probabilidade é apenas 4,21 vezes maior); já a Áustria, Países Baixos, Itália, Portugal, Estónia, Lituânia, Letónia. Hungria e Polónia são as excepções, em que as habilitações da mãe contam mais.

A respeito disso, os autores do estudo escrevem (página 20) que  "In the UK and France, father’s low educational level has a larger impact on the odds of the respondent having low educational attainment themselves than the mother’s education, whereas in most of the other countries, the mother’s educational attainment is generally slightly more important."

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