Monday, June 18, 2012

Re: contra a independencia dos bancos centrais

Lewrockwell recorda uma pérola da história de banqueiros centrais: "Arthur Burns, who had blocked Murray Rothbard's hard-money PhD at Columbia until Ike made Burns chairman of the council of economic advisors, also engineered Nixon's great inflation. After his term as Fed chairman, Burns was rewarded by Nixon with the ambassadorship to Germany (...) Burns--whom Murray described as sounding like W.C. Fields without the humor--answered, the Fed chairman has to do what the president wants, or "the central bank would lose its independence." Portanto é assim: nunca existiu independência embora esta seja formulada pelo menos implicitamente como uma tentativa de controlar a tentação sempre presente de financiar os défices por emissão directa de moeda (mas quanto a financiar o aumento do crédito por emissão de moeda isso não é problema). Devo dizer que facilmente faria esta troca: - deixemos o banco central financiar os défices públicos por decisão a incluir na aprovação dos OE (assim é mais fácil culpar o regime político pela inflação observada) - em troca, os depósitos à ordem passariam a constituir verdadeiros depósitos civis (o que em termos técnicos se denomina de exigência de 100% de reservas). Assim, a massa monetária (só) subiria pelo efeito do financiamento dos défices mas a expansão artificial (emorego o termo artificial por não ter origem em poupança voluntária prévia intermediada pelos bancos) de crédito terminaria. A lógica é simples: - financiar despesa por emissão de moeda tem um impacto muito directo nos índices de preços no consumidor, os seus efeitos são visíveis e sentidos. - a expansão de crédito por emissão de moeda não tem efeitos directos sobre a inflação no consumidor, mas sim baixa artificialmente a taxa de juro e produz uma alta dos preços nos sectores de investimento induzindo a bolha de que a crise é consequência. Este processo é menos visível e os seus efeitos no curto prazo são até bons - a economia está bem e como que se sente sente bem, e os economistas também. Portanto, acabar-se-ia com a ideia de falsa independência mas impedia-se a expansão artificial de crédito (cujos efeitos são menos perceptíveis) tornando os depósitos à ordem 100% seguros. Só acrescentaria que ao mesmo tempo o ouro e prata deve poder ter circulação monetária sem entraves legais e fiscais. Nota: Burns presidiu à estagflação (inflação, estagnação e desemprego) dos anos 70 (com causas iniciadas no programa de Welfare & Warfare State do Presidente Lyndon B. Johnson, ou seja, o seu programa Great Society e a escalada da Guerra do Vietname, e a sua continuação com Nixon-we-are-all-keynesians-now) e enquanto na Universidade de Columbia opounha-se ao PHD de Rothbard que analisaria a crise económica americana de 1819 (The Panic of 1819) do ponto de vista da crítica à expansão de crédito e moeda (e indirectamente pondo em causa a lógica existencial dos bancos centrais). Foi um acaso Burns ter sido nomeado para outro cargo. Rothbard acabou o PHD e assim conseguiu fazer uma carreira académica apesar de sempre anti-establishment. É nesta altura que começa a formular o edifício intelectual Libertarian, alia-se à New Left e isolado se torna opositor da guerra do vietname e a agressividade intervencionista da guerra fria.

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