Thursday, February 23, 2012

A crise do euro em formato interactivo

So, what would your plan for Greece be?, por Daniel Davies (Crooked Timber), expondo (do ponto de vista de um consultor da troika) as várias "soluções" para o problema da Grécia, sob a forma daqueles jogos "se escolher a opção a), vá para a página 13; se escolher a b) vá para a 25".

Um exemplo (correspondendo esse percurso mais ou menos ao que aqui chamo a "solução nacionalista burguesa"):

Welcome to Choose Your Own Troika Program For Greece! You are a junior member of the One World Government, and you have been given the job of coming up with a proposal to resolve the Greek crisis. You have also been given an advisor who will help you talk through the consequences of decisions. Remember that you have to consider the economic consequences of the various policy choices, but that there is no point in submitting a proposal which is politically unacceptable to either the Troika or the Greek government. Good luck!



1:
You are sitting in an office with your advisor, Maynard. You have been asked to come up with a workable solution for the troika and for Greece, which needs to be politically and economically acceptable to both parties. Maynard’s job is to take your ideas and turn them into a proper proposal to be submitted. He has a long list of decisions for you to make. “First of all”, he says, “we need to decide whether there is any more money on the table. Do you think that Germany (and Netherlands, Finland, etc) can sell any more fiscal transfers to Greece, given their domestic politics?” If you answer “Yes, I know it’s going to be difficult, but we have to plan on that basis”, turn to 32.

If you answer “I think we have to plan on the basis that there isn’t”, turn to 47
.

(...)


47:
Maynard pulls a face. “Well, at least we’re being politically realistic here. Plan for the worst and hope for the best, I suppose. That really cuts down our options and makes them in general much more unpalatable. I guess the debt strategies boil down to disorderly default, or tough it out”.

If you reply “Well, disorderly default it is then”, go to 23.
If you reply “Well, tough it out it is then”, go to 35.



(...)

23:
Maynard’s hands are trembling slightly as he pours a cup of tea. “Well, let’s go there, then!”, he says. “Default in the Euro, or default out of the Euro?”

If you say “In”, go to 10
If you say “Out”, go to 52



(...)

52:
Maynard smiles. “The full Argentina, eh? Before you start congratulating yourself, I think we should remember that Greece doesn’t have a natural gas monopoly like YPF. It isn’t an exporter of primary commodities priced in dollars. It’s a tourism and shipping economy, and its GDP per capita is rather more than twice that of Argentina. I am less than sure how well the Argentine outcome forecasts the likely consequences of Greece doing the same. I don’t know how they would pay for essential imports, and suspect that the answer might be quite unpleasant. On the other hand, I suppose it might be the cathartic event that is needed for a thorough transformation of Greek politics. I’ll write it up.”

He is whistling the theme from Evita as he walks out the door.

THE END

2 comments:

Anonymous said...

está "engraçado" mas as revoluções são completamente imprevisíveis. se a grécia sai do euro isso arrastará imediatamente portugal espanha e itália (e oxalá a irlanda também para a europa não se dividir em norte-sul). a saída daí, se for uma fuga em frente e não uma capitulação em nacionalismos.
interessante era fazer um guião interactivo com saídas revolucionárias, ao menos para mapear aquilo que se pode pensar num quadro de esquerda

João Vasco said...

Acho mesmo manhosa a desculpa para dizer que ter de fazer scrooll up e down é uma vantagem não um inconveniente. Para isso poderia também ter posto o texto desformatado e escrito em várias línguas diferentes...

De resto, gostei da ideia. Confronta as pessoas com as consequências, ganhos e perdas de cada estratégia, e com o facto das coisas definitivamente não serem simples: nenhuma solução (pelo menos não revolucionária, como sugere o comentador acima, que teria riscos diferentes) é «boa», quando muito pode ser a «menos má».

Mas claro que há formas e formas de ser «austeritário»: é diferente um aumento do IVA ou a cobrança de impostos à Igreja, tratando-a como qualquer outra instituição (a constituição grega é tudo menos laica...). É diferente um aumento do IRS ou a criação de um novo escalão para rendimentos mais elevados, ou um imposto sobre grandes fortunas, e por aí fora...
E quanto a gastos, é diferente cortar muito na saúde, educação, prestações sociais e aumentar os gastos na polícia de choque, secretas e exército, ou tentar cortar neste segundo tipo de despesas para não cortar nas primeiras...