Thursday, November 13, 2008

Um negro a presidir a um pais europeu?

Muita gente diz coisas do género "Isto alguma vez era possível na Europa? Um negro (ou de outra minoria étnica qualquer) eleito chefe de Estado?". Este artigo de Razib lança alguma luz sobre o assunto.


The New York Times has a piece up, After Breakthrough, Europe Looks in Mirror, which quotes people who wonder when Europe will have its own colored head of state. Let's ignore for a moment that the longest serving Prime Minister in British history was 1/8 Indian; that was nearly 200 years ago and despite his known and acknowledged colored heritage Lord Liverpool was first and foremost a scion of the British nobility. These sorts of self-flagellations make no sense. The United States is about 30% non-white (many Hispanics identify as racially white, but operationally the Hispanic/Latino category is considered non-white). If Europe looks in the mirror, it sees a white person!

The 70% which is "white" in the United States includes a few percent of Middle Eastern Americans who would be considered colored in Europe (Ralph Nader is not considered colored in the United States, so I don't grant that Arabs are always considered to be non-white, it depends). So it is probably fair to say that on the order of 2 out of 3 Americans are of European white ancestry. A substantial majority, but still way less white than any European country. Additionally, non-whites have been a substantial proportion of the American population from its founding, when blacks were 20-25% of the population. The proportion declined as European immigration increased until the United States was a 90% white nation by the 1950s. I think most Americans will agree that the 1950s were the apotheosis of "white America" (even if the high tide of white supremacy was receding). Guess how white the United Kingdom is today? 92% white!. Yes, Britain today is whiter than the United States was during the 1950s. Even London is still majority white. Yes, London is 68% white. Washington D.C. is 38% non-Hispanic white. New York City, 35%. Chicago, 31% non-Hispanic white. Even Seattle is darker than London! Yeah, you read that right, Seattle is more colored than London.

The rest of Europe isn't any more colorful. Quick back of the envelope suggests that Italy is more than 95% white. Spain, more than 95% white. Sweden, well over 90% white. Germany, around 90% white (I am being very generous here with high estimates, but it is likely that well over 50% of the 19% non-Germany population in Germany are from EU or Balkan nations; ergo, white). France is a tough cookie because they don't like to collect ethnic data since all their ancestors are Gauls on a priori grounds. But, high bound estimates of Muslims suggest that around 10% of the population is of North African or West African origin which is Muslim. Add on top of that another 5% which is non-Muslim African, Vietnamese, etc., I think it is plausible to believe conservatively that France is still at least 85% white, making it the most colored country in Europe! The most colored nation in Europe is probably as white as the American state of Ohio.

(...)

9 comments:

Anonymous said...

1: os "pretos" estão nos estados unidos há séculos.
2: assim sendo, um "preto" na europa é equivalente a um "mexicano" nos estados unidos.
3: deve comparar-se a facilidade de um "mexicano" ganhar nos estados unidos à de um "preto" ganhar na europa.

com "preto" quero dizer alguém com traços negróides da áfrica subsaariana e com "mexicano" quero dizer alguém com traços ameríndios da américa central

com "europa" quero dizer europa de maioria "white". no sentido estadudinense (aquilo que nós no algarve chamamos "bifes"), ou seja, portugal, itália e outros países europeus "amarelos" não contam.

só assim é que as coisas são comparáveis

Luís Bonifácio said...

Um artigo tão estúpido como este só podia vir da pena de um americano.

A Europa tem dois estados onde os respectivos chefes não são "White" (Na definição americana)
Portugal e Espanha, cuja população é 100% (ou quase) "hispanic". Aliás, estes dois países nunca tiveram chefes de estado "Whites"

Diogo said...

A Banca - mantida pela fé, pela contrafacção e pela burla.

Pedro Arroja e Murray N. Rothbard. Se um diz mata, o outro diz esfola.

José Gomes André said...

Um artigo interessante, mas com um argumento que me parece talvez "excessivo". Senão, vejamos:

1) Identificar os hispânicos como "não-brancos" é um pouco abusivo. Haverá latinos com uma tez mais escura, mas outros não. Senão chegamos à conclusão que Portugal e Itália são compostos por 95% de não-brancos...

2) Quando se refere os 90% de brancos na Alemanha ou os 85% na França como se isso fosse uma grande diferença com os EUA não é correcto. Nos EUA há cerca de 12% de negros. Essas referências às grandes cidades dão jeito para sustentar estatisticamente o argumento, mas o que precisamos aqui é dos dados nacionais, não de mini-referências (senão chegamos à conclusão que Paris também tem só 30 ou 40% de brancos).

3) O que está em causa não é tanto o facto de um país maioritariamente branco ter eleito um cidadão de uma etnia minoritária (nisso não estou de acordo com o António Barreto e subscrevo os comentários que o Miguel fez na Atlântico).

O que é notável é o facto de ter sido um negro a vencer - dado o historial americano nesse campo (antigo e mais ou menos recente). É bom não esquecer que ainda há 45 anos, havia um sistema de segregação racial...

Escrevi algo sobre o assunto em Era uma vez na América

Um abraço e parabéns pelo blogue!

Miguel Madeira said...

"Identificar os hispânicos como "não-brancos" é um pouco abusivo. Haverá latinos com uma tez mais escura, mas outros não. Senão chegamos à conclusão que Portugal e Itália são compostos por 95% de não-brancos..."

O ser "branco" ou "não-branco" é, acima de tudo, um efeito psicológico - os latino-americanos (termo que talvez faça mais sentido que "hispanicos", apesar de Hollywood gostar de pôr a Penelope Cruz, o Antonio Banderas ou o Joaquim de Almeida a fazer de mexicanos ou colombianos) tendem a ser considerados como um grupo distinto dos brancos da Europa. Ou seja, cerca de 1/3 da população norte-americana é composto por individuos que se consideram e são considerados "minoria".

Se, para as minorias, fossemos contar só os 12% de negros, então na Europa teriamos também que não contar árabes, turcos, etc.

Anonymous said...

Nos EUA (mas tb no RU, França, Holanda, Dinamarca, Alemanha, Suécia, Áustria, Noruega ... )
os portugueses, espanhóis e gregos (95% deles) não são considerados brancos.


um lusodescendente disse-me uma vez: "nós não somos brancos, somos portugueses."

Miguel Madeira said...

Penso que em 1988 ninguém considerou o Michael Dukakis (grego) como "não-branco"; mesmo o Ralph Nader (árabe) é considerado "branco".

Luís Bonifácio said...

Ninguém ressalvou o que é notório nesta noticia (e nos EUA).

A existência de uma classificação oficial da população de acordo com a cor da pele/origem geográfica.

Curiosamente, acho que, salvo erro, apenas a África do Sul é que teve um sistema parecido.

No entanto parece-me que o actual sistema Americano é apoiado pelas minorias, pois só assim é que podem reclamar da "affirmative action" (Obtenção de emprego baseado não na competência mas na cor da pele), que com alguns m+éritos é certo, é uma forma encapotada de racismo.

Anonymous said...

Um post certeiro. Não há nada de estranho num país com uma maior percentagem de negros que possa haver um negro eleito presidente. Quando/se o mesmo ocorrer com os ucranianos em Portugal, poderá surgir um ucraniano-descendente como presidente da republica.