Wednesday, April 23, 2008

Post a partir de comentário

Nos comentários a este post de Paulo Pinto Mascarenhas (considerando os dinamizadores da "manifestação contra a violência policial" como "mário-machados da extrema-esquerda"), Fernando Vasconcelos escreve "Nem sei onde está a dúvida. TODAS as formas de violência de extrema-esquerda ou de extrema-direita são apenas violência nada mais. Para exprimirem uma qualquer teoria política têm de abdicar da violência."

E a do centro-esquerda ou do centro-direita? Antes que me venham dizer que o centro-esquerda ou o centro-direita não usam a violência, noto que ideologias/movimentos que aspirem a governar o Estado, por definição, estão dispostos a usar a violência (já que, em última instância, a autoridade do Estado assenta no poder de usar a força).

Como é que o centro-direita pretende defender a Propriedade Privada? Através da policia (i.e., da violência do Estado). E como é que o centro-esquerda pretende financiar o Estado Social? Através de impostos, cuja cobrança, em última instancia, é também assegurada pela ameaça de uso da força (além disso, o centro-esquerda também é a favor da policia proteger a propriedade privada, e o centro-direita também é a favor de impostos cobrados à força - nesse caso, para pagar a polícia).

Quase toda a gente defende a violência: os defensores do Estado (incluindo os defensores de "um estado que começa a desaparecer desde o seu primeiro dia de existência") defendem a violência pelas razões atrás citadas; e os anarquistas, na sua esmagadora maioria (possíveis excepções: Leon Tolstoy à esquerda e Robert LeFevre à direita), também aceitam a violência exercida por "milícias populares auto-organizadas" (ala esquerda) ou por "agências de protecção" (ala direita).

[Já agora, ver a resposta de PPM à versão original do meu comentário]

1 comment:

Anonymous said...

Estou absolutamente convencido que o blogue "contra o capital" é uma manobra de desinformação, falso, fabricado pela extrema direita ou pela própria polícia.

A confusão de mensagens e o apelo directo à violência é especialmente estranha, tendo em conta que o meio anarco-libertário é tendencialmente muito pacifista e sectário.