Tuesday, April 01, 2008

Caso Esmeralda (parte CXXVI)

Eu até acho que a Esmeralda/Ana Filipa devia ficar com os Gomes (apenas para não a submeter ao trauma de uma mudança de familia), mas que dizer de uma familia que até se recusa a levar a miúda às visitas semanais com os pais? E, se o problema é o Luis Gomes perder dias de trabalho, a mulher não está desempregada (bem, talvez ela não tenha carta)?

4 comments:

Anonymous said...

Se o que vigora são os "superiores interesses da criança" então podemos efectuar um pequeno exercício perturbador:
filho de A, com 1 ano, é levado por alguém num Centro Comercial e entregue a uma família que cuida da criança em erro sobre as circunstâncias em que a mesma lhe é dada (pensa até que se trata de uma criança mal amada e cuidada, num sistema paralelo de adopção como ainda por aí há). Esta família trata da criança como se fosse seu filho. Dá-lhe tudo que uma família normal dá. Há amor. Estabelecem-se laços inquebráveis.
Passados dois ou três anos a polícia descobre a criança.
Segundo os defensores extremos do tal "interesse superior", A não poderia ter o filho de volta apesar de este lho ter sido subtraído e de ter feito tudo para o encontrar. E obviamente a criança resistirá a voltar para quem já não conhece, abandonando os seus pais afectivos.
Se isto se passasse com algum de nós, incluíndo os tais extremistas, não sei como seria... Perturbador, não é?

Miguel Madeira said...

Eu uma vez pus a uma defensora entusistica dos pseudo-pais "afectivos" e critica do pai biológico a questão "E no caso de uma criança raptada na maternidade e descoberta como quatro anos?".

Ela respondeu-me "se estivesse a ser bem tratada, devia ficar com o raptor, até ter idade para compreender a situação"; e, se assumirmos que a paternidade é mais um dever que um direito, não deixa de ter uma certa lógica.

Maria said...

Eu também acho que a miúda não quer visitar os pais biológicos e que o casal ressente ter que a submeter a esse martírio.

Anonymous said...

A maior parte das crianças vive com a familia tradicional, isto é com a familia biológica. É natural que qualquer criança que viva assim, com a familia biológica, se sinta mais integrada, mais igual aos seus colegas de escola ou brincadeira. Se Esmeralda ficar com o casal de acolhimento ela sentir-se-á diferente dos outros. Não se pode escamotear isto. E os psiquiatras também não.

Além disso, o modo ilegal como o casal de acolhimento se comportou desobedecendo aos tribunais, isolando a criança do resto mundo, para se tornarem exclusivos dela, indicam que são gente mal formada e não darão uma educação à criança por aí além. O casal não ama a criança. Tem é necessidade de controlar, de ser dono. Se a criança for entregue ao casal abre-se um precedente inaceitável, pois futuramente, alguém poderá subtrair uma criança, isolar-se, tornar-se exclusivo da criança, e depois os psiquiatras defenderão que os superiores interesses da criança são que ela não deve ter descontinuidades afectivas, etc. e, passe a expressão, advogam a “legalização de um roubo”.

Neste caso, os psiquiatras foram muito incompetentes, ou agiram de má fé. O drama de Esmeralda não é ela ser entregue ao seu pai verdadeiro, é esta indecisão ou tentativa de impedir a entrega, alimentada pelos psiquiatras, que vai contra todos os usos e costumes da sociedade e os interesses da criança. Eles tinham poder suficiente, penso, para “obrigar” o casal a entregar a criança ao pai. Não o quiseram fazer. Eles podiam esclarecer Esmeralda que o pai gostava dela, sempre a procurou desde que soube que era seu pai. Eles sabiam que o casal a reteve ilegalmente durante todo este tempo. Os psiquiatras não cumpriram o seu dever.


Este caso tem contornos obscuros e, nota-se que existem outros interesses a manobrar, de modo a impedir a entrega da criança ao pai. E é evidente que o casal anda a influenciar a criança, incutindo-lhe ódio contra o pai biológico. Os psiquiatras deviam impedir isto. Os psiquiatras não podem afirmar que Esmeralda será menos feliz vivendo com o seu verdadeiro pai.

A equipa psiquiátrica tem sido utilizada com instrumento de intimidação, no sentido de influenciar a decisão do tribunal no sentido pretendido pelo casal de acolhimento.

Os interesses obscuros que se escondem por detrás do casal, têm tentado fazer passar a ideia de que o pai de Esmeralda é um vilão, o mau da fita. Ora Baltazar foi apanhado de surpresa, quando Aidida o informou que estava grávida. O que indica que a gravidez não foi combinada. Aidida pode ter-se deixado engravidar por calculismo. Afinal, ela tinha 37 anos à data da relação, era adulta, sabia o que fazia. Baltazar, nota-se, é uma pessoa incrivelmente boa e séria.

No decorrer do processo surgiram defensores da ideia de que os vínculos afectivos deviam prevalecer sobre os vínculos biológicos.

A demonização do pai biológico, a defesa de que os vínculos afectivos são superiores aos vínculos biológicos, de que quem não tem vínculos biológicos tem mais capacidade de afectos, não será indicativo de que por detrás está um lobi homossexual lésbico, que pretende fazer deste caso um caso exemplar, não se importando de utilizar Esmeralda, como carne para canhão, para atingir os seus objectivos?

A melhor altura para entregar Esmeraldo ao pai é, quanto mais depressa melhor!