Sunday, January 15, 2006

A propósito de "eleições limpas"

Mário Soares, na pré-campanha, disse que "aceitaria o resultado da eleições se estas forem limpas". Tal originou um grande burburinho: Soares estaria a insinuar que as eleições poderiam "não ser limpas"?

Afinal, sempre há coisas estranhas neste processo eleitoral (e feitas pelos apoiantes de Soares!):

Normalmente, para escolher as pessoas que vão para as mesas de voto, as autarquias (normalmente as juntas de freguesia) fazem uma reunião com pessoas das várias candidaturas, e cada candidaturan indica pessoas para as mesas de voto.

Desta vez a Camara Municipal de Portimão (PS) decidiu não fazer nenhuma reunião e escolheu "unilateralmente" as pessoas que vão para as mesas de voto (o que é permitido por lei, mas não é usual).

Não que eu suspeite de alguma fraude, até porque sei que a Camara também convocou pessoas do BE para as mesas (creio que estão a usar o registo das pessoas que costumam ir para as mesas) - ou seja, não parece haver nenhuma "conspiração" contra a oposição. No entanto, uma eleição é como a mulher de César ("não basta ser honesta, é preciso parecer").

Isto pode ser prejudicial, sobretudo, para Manuel Alegre - se as pessoas forem escolhidas com base no "histórico", provavelmente ele terá poucos representantes, já que as pessoas que costumam ir para as mesas "pelo PS" devem ser maioritariamente pró-Soares (não falo de Garcia Pereira, que ele não tem apoiantes organizados em Portimão).

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